"Professora, casa é com s ou com z?" Se você leciona Língua Portuguesa para as séries iniciais do Ensino Fundamental, certamente já ouviu muitas vezes perguntas desse tipo. As dúvidas de ortografia nessa fase são comuns e o grande dilema é justamente como solucioná-las. Por muito tempo, as escolas adotaram o repeteco: o aluno escrevia a palavra dez vezes. Torcia-se para que ele tivesse uma memória de elefante, capaz de decorar as grafias corretas. Dispostos a encontrar uma forma melhor de solucionar o problema, os professores da Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Embaixador Assis Chateaubrind, em Osasco (SP), desenvolveram um novo método que vem dando bons resultados.
Varal de regras
Pendure as descobertas da turma na sala de aula. A partir de exemplos propostos por você, as crianças deduzem as regras ortográficas e as escrevem em papéis, que vão para o varal. Aos poucos, você classifica os assuntos por categorias. O varal sempre cresce, pois as palavras novas são acrescentadas. A atividade só faz sentido se houver uma discussão com as crianças. "É importante pensar sobre as regras e escrevê-las", explica Vírginia Balau. "O trabalho em grupo funciona bem porque, ao discutir com os colegas, o aluno toma consciência das normas ortográficas."
Ouvidos atentos
Música e ortografia podem ser uma ótima combinação. Escolha a regra que pretende trabalhar e proponha que as crianças transcrevam os versos ou completem lacunas enquanto ouvem o cantor. "Assim é possível direcionar a discussão em torno da regra que se quer reforçar", explica Virgínia Balau. Ouvindo Leãozinho, de Caetano Veloso, os alunos aprenderam o uso do verbo no infinitivo e perceberam que a escrita é diferente da fala. Essa atividade pode ser feita ainda com outros gêneros de textos, como histórias e receitas.
Em seguida, propuseram aos alunos a reprodução de uma fábula. Isso permitiu categorizar os erros mais comuns e, a partir daí, desenvolver atividades. "O quadro mural é um diagnóstico para o professor planejar suas aulas", diz Virgínia Balau, psicopedagoga e assessora pedagógica de várias escolas públicas e privadas. "É recomendável, inclusive, que a sondagem seja freqüente, para acompanhar a evolução dos alunos." Música e ortografia podem ser uma ótima combinação. Escolha a regra que pretende trabalhar e proponha que as crianças transcrevam os versos ou completem lacunas enquanto ouvem o cantor. "Assim é possível direcionar a discussão em torno da regra que se quer reforçar", explica Virgínia Balau. Ouvindo Leãozinho, de Caetano Veloso, os alunos aprenderam o uso do verbo no infinitivo e perceberam que a escrita é diferente da fala. Essa atividade pode ser feita ainda com outros gêneros de textos, como histórias e receitas.
O trabalho em sala de aula foi desenvolvido a partir da descoberta dos acertos. Os professores discutiam as regras ortográficas com os alunos, ajudando-os a entender o que escreviam. Dessa forma, o espaço da memória foi reservado para os casos em que havia irregularidades. Depois disso era preciso fixar as descobertas nos exercícios e finalmente fazer com que os alunos as aplicassem nos próprios textos.
Em todas as atividades, a coordenadora Silvia orienta os professores a mostrar a diferença entre escrita e fala. "Temos sempre o cuidado de explicar que não existe um jeito certo ou errado de se expressar, mas destacamos que a escrita é uma convenção, com regras definidas." Segundo Maria José Nóbrega, consultora da escola, o trabalho segue a recomendação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que defendem que as crianças não sejam discriminadas pelo falar. "Além disso, as atividades permitem que o aluno reflita sobre a língua e aja pensando", conclui.
Radiografia dos erros mais comuns
Esta categorização de erros ortográficos foi elaborada pela consultora Maria José Nogueira e adaptada para a escola Assis Chateaubriand. Avalie as principais dificuldades de seus alunos. Em seguida desenhe um quadro grande em cartolina ou papel sulfite, escrevendo os nomes dos alunos nas linhas e as categorias de erros nas colunas. Elas devem ser subdivididas em:
Transcrição da fala
Ocorre quando o aluno escreve como fala. Aqui entram os erros como redução de gerúndios, ditongos, troca de e por i etc. Exemplos: pexe/ peixe, cantano/cantando.
Regularidades contextuais
O aluno não conhece as regras ligadas à posição ou à vizinhança da letra na palavra. Inclui as deficiências na representação de r, s, z etc. Exemplos: cachoro/cachorro.
Regularidades morfológicas
O aluno não conhece as regras de formação de palavras, como sufixos, plural e masculino. Exemplos: riquesa/riqueza, compramo/compramos.
Sílabas não-canônicas
São as que fogem do modelo consoante seguida de vogal, como dígrafos e grupos consonantais. Exemplos: seta/esta, secola/escola.
Segmentação de palavras
São os casos de hipossegmentação (quando não há separação da palavra onde deveria) e hipersegmentação (quando o aluno usa a separação em excesso). Exemplos: amenina, o com vidado.
Etimologia
São as palavras que têm de ser memorizadas, pois o aluno desconhece sua origem. Exemplos: oje/hoje, cassador/caçador.
Nasalização
Erros na representação do som nasal. Exemplos: pano/ pão, banãna/banana.
Esta categorização de erros ortográficos foi elaborada pela consultora Maria José Nogueira e adaptada para a escola Assis Chateaubriand. Avalie as principais dificuldades de seus alunos. Em seguida desenhe um quadro grande em cartolina ou papel sulfite, escrevendo os nomes dos alunos nas linhas e as categorias de erros nas colunas. Elas devem ser subdivididas em:
Transcrição da fala
Ocorre quando o aluno escreve como fala. Aqui entram os erros como redução de gerúndios, ditongos, troca de e por i etc. Exemplos: pexe/ peixe, cantano/cantando.
Regularidades contextuais
O aluno não conhece as regras ligadas à posição ou à vizinhança da letra na palavra. Inclui as deficiências na representação de r, s, z etc. Exemplos: cachoro/cachorro.
Regularidades morfológicas
O aluno não conhece as regras de formação de palavras, como sufixos, plural e masculino. Exemplos: riquesa/riqueza, compramo/compramos.
Sílabas não-canônicas
São as que fogem do modelo consoante seguida de vogal, como dígrafos e grupos consonantais. Exemplos: seta/esta, secola/escola.
Segmentação de palavras
São os casos de hipossegmentação (quando não há separação da palavra onde deveria) e hipersegmentação (quando o aluno usa a separação em excesso). Exemplos: amenina, o com vidado.
Etimologia
São as palavras que têm de ser memorizadas, pois o aluno desconhece sua origem. Exemplos: oje/hoje, cassador/caçador.
Nasalização
Erros na representação do som nasal. Exemplos: pano/ pão, banãna/banana.
Trabalho excelente, esta ade parabéns 👏
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