Para produzir textos de qualidade,
seus alunos têm de saber o que querem dizer, para quem escrevem e qual é o
gênero que melhor exprime essas ideias. A chave é ler muito e revisar
continuamente
Narração, descrição e dissertação. Por muito tempo,
esses três tipos de texto reinaram absolutos nas propostas de escrita. Consenso
entre professores, essa maneira de ensinar a escrever foi uma das principais
responsáveis pela falta de proficiência entre nossos estudantes. O trabalho
baseado nas famosas composições e redações escolares tem uma fragilidade
essencial: ele não garante o conhecimento necessário para produzir os textos
que os alunos terão de escrever ao longo da vida. "Nessa abordagem, ninguém
considerava quem seriam os leitores. Não havia a ref lexão sobre a melhor
estratégia para colocar uma ideia no papel", resume Telma Ferraz Leal, da
Universidade Federal de Pernambuco.
Para aproximar a produção escrita das necessidades
enfrentadas no dia-a-dia, o caminho atual é enfocar o desenvolvimento dos
comportamentos leitores e escritores. Ou seja: levar a criança a participar de
forma eficiente de atividades da vida social que envolvam ler e escrever.
Noticiar um fato num jornal, ensinar os passos para fazer uma sobremesa ou
argumentar para conseguir que um problema seja resolvido por um órgão público:
cada uma dessas ações envolve um tipo de texto com uma finalidade, um suporte e
um meio de veiculação específicos. Conhecer esses aspectos é condição mínima
para decidir, enfim, o que escrever e de que forma fazer isso. Fica evidente
que não são apenas as questões gramaticais ou notacionais (a ortografia, por
exemplo) que ocupam o centro das atenções na construção da escrita, mas a
maneira de elaborar o discurso .
Há outro ponto fundamental nessa transformação das
atividades de produção de texto: quem vai ler. E, nesse caso, você não conta.
"Entregar um texto para o professor é cumprir tarefa", argumenta
Fernanda Liberali, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. "Escrever
não é fácil. Para que o aluno fique estimulado com a proposta, é preciso que
veja sentido nisso." O objetivo é fazer com que um leitor ausente no
momento da produção compreenda o que se quis comunicar - e esse desafio
requer diferentes aprendizagens.
O primeiro passo é conhecer os diversos gêneros. Mas é preciso atenção: isso não significa que os recursos discursivos, textuais e linguísticos dos contos de fadas e da reportagem, por exemplo, sejam conteúdos a apresentar aos alunos sem que eles os tenham identificado pela leitura, como ressalta Delia Lerner no livro Ler e Escrever na Escola. Um primeiro risco é o de cair na tentação de transmitir verbalmente as diferentes estruturas textuais. De acordo com a pesquisadora em didática, cabe a todo professor permitir que as crianças adquiram os comportamentos do leitor e do escritor pela participação em situações práticas e não "por meras verbalizações".
Ensinar a produzir textos nessa perspectiva prevê abordar três aspectos principais: a construção das condições didáticas, a revisão e a criação de um percurso de autoria.
Fonte: Revista Nova Escola
O primeiro passo é conhecer os diversos gêneros. Mas é preciso atenção: isso não significa que os recursos discursivos, textuais e linguísticos dos contos de fadas e da reportagem, por exemplo, sejam conteúdos a apresentar aos alunos sem que eles os tenham identificado pela leitura, como ressalta Delia Lerner no livro Ler e Escrever na Escola. Um primeiro risco é o de cair na tentação de transmitir verbalmente as diferentes estruturas textuais. De acordo com a pesquisadora em didática, cabe a todo professor permitir que as crianças adquiram os comportamentos do leitor e do escritor pela participação em situações práticas e não "por meras verbalizações".
Ensinar a produzir textos nessa perspectiva prevê abordar três aspectos principais: a construção das condições didáticas, a revisão e a criação de um percurso de autoria.
Fonte: Revista Nova Escola
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